Esquecimento – trecho

(…)Eu interroguei o mundo para saber se aquela volta até o depois do último grau de consequência, se aquela volta era para mim… Na interrogação balançava: que mundo? onde está ou onde é? qual mundo? que mundo é? Na minha interrogação pendurava-se o oco embrulho de um resquício brilhoso de lágrima parada em olhos movediços…

Continue lendo

Casa na árvore, girassóis nas mãos…

Quando abrir os portões: aprender a costurar, casar vestindo azul, pintar um quarto, pendurar os quadros, as paredes, as cadeiras. Pintar as linhas, as entrelinhas, pintar as fissuras, a reinvenção das cores dos olhos, o leito das letras e as curvas do mar.Quando abrir o portão: preparar café, contar as colheradas, sentir na boca o…

Continue lendo

Pipoca doce…

Sábado comi pipoca, sexta-feira também. Fiz pipoca de jantar, talvez amanhã outra vez… Como pipoca olhando pela janela, escutando a fissura na pele como um teque-teque de letras saltitantes. Várias vezes na semana, não é raro, pipoca como janta. A panela é pequena para a quantidade de grãos que pulam contra o guardanapo preso fechado…

Continue lendo

Tempos difíceis…

Calejada de momentos difíceis, pedras coitadas que pregam a sola do pé… ranhuras marcando a pele, mancando os passos que eram (des)andados enquanto ali o invisível temor ainda não alcançara.Calejada… calejada de momentos difíceis, do que foi sendo tomado, tirado, levado, carregado, recolhido, roubado (?) – talvez porque fosse preciso. Até a possibilidade de trabalho…

Continue lendo

Andrà tutto bene…

Saí…Era preciso…Era o que fora determinado como necessidade…Cada passo dado era a direção de um lugar redesenhado em medida de emergência. A precisão das coisas postas mostrava como tudo estava fora do lugar.Estendido estava o silêncio sobre todos, como um lençol recém lavado tirado do varal. Os pássaros sentiam-se mais perto, suas vozes mais altas….

Continue lendo

Quem pode que seja afeto…

Na manhã a cidade sentia, comentavam os negócios fechados que a última vez que foram vestidos assim fora durante a segunda guerra, a última vez que as ruas ficaram assim foi na guerra… Nos tiros e alvos da segunda guerra…A mudança das ruas e das calçadas verteu-me uma lágrima, única. Meu caminhar definido no ir…

Continue lendo

O vírus do isolamento…

Acumulo o barulho da noite, barulho não há…O silêncio quase descansado adormece.Tudo está cansado,Há uma exaustão fatigada que espera que o tempo passe,ultrapasse o cinza do dia.O silêncio solitário da manhã.São noites de lua cheia.Pétalas de borboletas.Vontade de dormir no vento. Como as nuvens que ergueram os braços no último dia em que abrir o…

Continue lendo