O primeiro conto da manhã…

O primeiro vento da manhã janela adentro não era ensejo nem desespero, talvez desejo desperto… Desapertado no tocar do vento que foi riscando a pele, eriçando pelos. O vento gelado era manhã esquentando a boca, ressecando os dedos. Um talvez qualquer misura, fissura, vontade e toque de prega e alça, a forma esboçada, um corpo terreno para o eu abstrato, era impulso a provar o gosto da pele. Era frio, quase doía. Era onde a vontade brotava.

Naquele frio...
Para aquele frio...
Aquele frio não vestia casaco…
Era vontade…
Vontade de vida.


17.12.2019