Ana Julia ou…

Nada por dizer... Não pensar e viver outra vez. Anos atrás, a Itália, quando ela (de onde vinha?) abraçava. Havia o estranhamento e a emoção que transbordaram as margem dos olhos. Nela as lágrimas caem como pingos da chuva, caem água pura, densas. Acho que é emoção, ela não segura...

Nada por dizer... A chuva de Pisa no jeans, capa de chuva e café no bar, tênis molhado. Nada por dizer, cardápio, a mesa na janela, dentro guarda-chuvas floresceram.
Nada por dizer... Café do bar, naquela mesa a bagunça dos embrulhos da fotografia no único instante perdido e primordial entre tudo que corre antes ou depois de um texto relido na primeira vez. Calma, alguém chega, você percebe pelos olhos. Um verso lido na mesa do mar (a escrita era do bar), as histórias de amor choradas e agora ridas, ridas as gargalhadas. Você não percebe e a fotografia é o instante desconhecido perceber.
Salute, cheers... Nada a dizer, sidra de maçã, gelado de figo. Volta aqui... 
Volta aqui...
Vai, não perde o horário do autocarro, tem certeza que são só duas horas até lá? A gente se vê... Não me veja, eu vou fotografar o que não se pode ver...