O carteiro de Pablo Neruda – trecho

“Falta-me o mar. Faltam-me os pássaros. Manda-me os sons da minha casa. Vai ao jardim e deixa tocar os sinos. Primeiro grava esse repicar fininho dos sininhos pequenos quando os agita o vento, e a seguir puxa a corda do sino maior, cinco, seis vezes. Sinos, meus sinos! Não há nada que soe tanto como a palavra sino, se a ouvimos de um campanário junto ao mar. E vai até às rochas, e grava-me a rebentação das ondas. E se ouvires gaivotas, grava-as. E se ouvires o silêncio das estrelas siderais, grava-o.” p.92-93

p.128

O carteiro de Pablo Neruda; Antonio Skármeta. Edição BIS, 2011.