Latente
FotoLivroLivroLivreFoto Latente Textos: Imagem latente (ou o estado latente da imagem) e Fotografia não fotográfica. Curso Parede Papel Projeção – Claudia Tavares – 2025 – EAV Parque Lage. D. junho, 2025
Quando comecei a escrever eu era mais criança do que sou hoje. Por inúmeras vezes quis e tentei parar – escrever nem sempre é um ato feliz. Levo tempo para perceber o que não decido ou o que está além de mim, de modo que o que posso fazer é me entregar e ser passagem para o que se escreve em si mesmo através de mim. Texto é um traço, às vezes nasce verso, noutras prosa.
FotoLivroLivroLivreFoto Latente Textos: Imagem latente (ou o estado latente da imagem) e Fotografia não fotográfica. Curso Parede Papel Projeção – Claudia Tavares – 2025 – EAV Parque Lage. D. junho, 2025
Pessoa de estatura mediana e óculos tortos, voz de timbre baixo e agradável, de boa dicção oferece serviço de leitura: Literatura, roteiros, artigos científicos e filosofia, anúncios e textos diversos – notícias e documentos jurídicos não. Contato através Trecho 1. – Anúncio narra, faz literatura? (19.06.25)
Foi então que o bairro se transformou na época das pitangueiras. Não era de São João, arraias, festas juninas, amendoim e canjica – ou talvez em algum lugar ali até fosse. E talvez quase fosse aquela, a época de pitangas. Mas era mesmo, era mesmo a época das pitangueiras. Época que não se anunciava. Anunciavam…
experimental intenção (sugestiva) de exposição fotográfica – Parque Lage, RJ, 2025 – curso PAREDE, PAPEL, PROJEÇÃO, com Claudia Tavares. Fotografia do vídeo de VP. “(…) A darkened chamber designa tanto o objeto camera obscura, na qual pinta ou escreve diretamente sobre a página, quando a sala onde, graças a processos químicos, a imagem latente aparece…
Sempre imaginei que se um dia eu tivesse uma casa seria assim, feita e pintada de coisas achadas, encontradas falantes, dizendo a vida que trazem em si. Uma casa feita de nada de novo, de jogos completos, projeto encaixado, peças empeçadas sob medida emperrando, nada mecânico… Coisas assim, andantes, nascidas, pedaços achados quicando. Uma cadeira…
Chico voltou a dormir nos meus pés, ainda está um início de dia nublado lá fora e eu perdi, na minha cabeça, o esboço do que comecei a escrever sem escrever ontem, enquanto a paisagem mudava, enquanto o desenho que se formava era uma pintura estendida de cores em abstrato. Escrevo sobre Marisa, um instante…
Para Peilin Já passaram das 10 da noite, ou das 9, não sei exatamente. Há qualquer coisa denominada fuso horário que na linha redonda do tempo que gira, anuncia que estou a uma hora de lá. Mas o de lá não são as horas, nem estes relógios que se empilham no passar de um tempo…
No ângulo da janela no céu o azul da chuva as nuvens se moveram o chão de pedra molhado… No ângulo da janela os céus pingados eu perguntei outra vez se o céu daqui é o mesmo céu de lá… Talvez o mundo tenha sido criado quando de corpos molhados e pés descalços num salto…
Eu pisava o degrau quando pensei que ‘se morresse hoje morreria feliz’… Escutava a água caindo sobre as folhas das plantas, fazia silêncio. E do nada lembrei de Clarice Lispector, que quando perguntada sobre o papel do escritor respondeu ‘o de falar o menor possível’. Continuei endereçando a queda da água entre um ‘se eu…
Meia-noite começou a aula de filosofia. O avião aterrizou antes das 22h, imagino, não olhei para o relógio. Chove lá fora, em uma semana… Em uma semana, eu ainda não sei. Mas até aqui a imprecisão certeira de um instante onde cabe uma vida me fez respirar e eu respirei. As ruas e as cidades,…